sexta-feira, 8 de maio de 2009

Sonhos Mortos

Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz - disse ele depois de um tempo - temos um pequeno período de tranquilidade.

Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e infestar todo o ambiente em que vivemos. Começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos cercam, e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e psicoses. O que queríamos evitar no combate - a decepção e a derrota - passa a ser o único legado de nossa covardia.

E, um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, a morte que nos livrasse de nossas certezas, de nossas ocupações, e daquela terrível paz das tardes de domingo.

Paulo Coelho em O Diário de um Mago

1 comentário:

Verónica disse...

Encaixa-me como uma luva... sonhos mortos que nunca desaparecem...