terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Diário da tua Ausência

"Afinal, porque te escrevo este diário, quando sinto a cada dia que passa que não vais voltar?(…)

São as palavras que ficam por dizer que mais nos pesam, prisioneiras no nosso descontentamento, aos gritos dentro da nossa cabeça. Preciso de as libertar, preciso de lavar a alma e limpar o coração, mesmo que isso signifique pôr uma pedra em cima daquilo que mais amo e desejo. E para me ver livre delas, revelo-me nestas folhas sem pudor, porque já não tenho nada a perder(…)

Os dias continuam a correr devagar; às vezes sinto que te estou a esquecer, outros tenho a certeza que a ferida nunca vai fechar. Às vezes penso que nunca mais serás uma pessoa próxima.(…)

Tudo o que desejo agora é que me saias da pele como as folhas que caem no Outono, e com esse tapete sob meus pés conseguir caminhar sem pisar as pedras(…)

Existem outros homens à espera de entrar na minha vida. Nenhum me interessa. Ouço-os falar e lembro-me da tua voz. Observo as mãos deles e são as tuas que vejo. Todos os olhos que me tentam prender se perdem no meu vazio, porque em nenhum vejo os teus olhos. São homens que nem sequer têm sentimentos profundos por mim, apenas querem um bocado do meu tempo ou da minha carne.(…)

Tenho muitas saudades tuas. E saudades do tempo em que confiávamos um no outro e sentíamos que estávamos no mesmo barco, porque mesmo longe, queríamos ajudar, proteger e apoiar o outro em tudo, de uma forma incondicional e total, queríamos amar-nos e dar-nos um ao outro. Mas tenho ainda mais saudades de me sentir cheia de amor por ti. Será que não amamos os outros pelo que são, mas por tudo o que nos fazem sentir? Sempre quis ser a pessoa que fui quando estava contigo, tu sabias, sem saber, exaltar o meu lado melhor, mais profundo, mais elevado, mais optimista. Sentia-me bela, segura, serena e perfeita a teu lado.Sentia-me completa, e é na plenitude que se pode encontrar a felicidade.(…)

Nunca vemos o amor chegar; só o vemos a ir-se embora. Estou numa estação de comboios, sentada num banco de pau, completamente só. Perdi o teu comboio e não quero apanhar nenhum outro. Está frio. Um vento seco e cortante faz com que me encolha como um bicho-de-conta. Já não há sonho, já não há dádiva, os dias voltaram a ser cinzentos e tristes. Agora são todos iguais, sempre iguais. Trabalho, respiro, durmo e como o melhor que posso e sei, e tento esquecer-te. Deixei de falar de ti e de dizer o teu nome, deixei de o desenhar no espelho da casa de banho, quando o vapor inunda todas as superfícies. Em vez disso, tenho o coração embaciado de dúvidas e o olhar desfocado pelo absurdo do teu silêncio continuado, o olhar de quem aprende a adaptar-se a uma luz desconhecida, a uma nova realidade.(…)

Até lá, e porque a vida nunca é como a imaginamos, espero por ti sem esperar, sonhando que aquilo que desejo, se for bom para mim e o melhor para o mundo, se realize, e a tua ausência seja apenas uma etapa… (…)

in "Diário da tua Ausência" - Margarida Rebelo Pinto

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Denial

We deny that we're tired, we deny that we're scared, we deny how badly we want to succeed. And most importantly, we deny that we're in denial.
We only see what we want to see and believe what we want to believe, and it works. We lie to ourselves so much that after a while the lies start to seem like the truth. We deny so much that we can't recognize the truth right in front of our faces.
But sometimes... reality has a way of sneaking up and biting us in the ass. And when the dam bursts, all you can do is swim.
The world of pretend is a cage, not a cocoon. We can only lie to ourselves for so long.
We are tired; we are scared, denying it doesn't change the truth. Sooner or later we have to put aside our denial and face the world.
Head on, guns blazing. De Nile. It's not just a river in Egypt, it's a freakin' ocean. So how do you keep from drowning in it?

Meredith Grey: Grey's Anatomy

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

If we knew...

Some say there’s just some kind of sixth sense, when the great beyond is headed for you, you feel it coming.
Whatever it is, it's creepy.
Because if you know, what do you do about it?
Forget about the fact that you're scared out of your mind.

If you knew this was your last day on earth, how would you want to spend it?

Meredith Grey: Grey's Anatomy